Meu corpo é a folha em que me rabisco
nestes momentos de viver que eu tenho.
Com este lápis divino, dou um risco
E em meu destino, aos poucos, um desenho.
Habitar neste que me foi emprestado,
na máscara de meu espírito arisco,
que em todo o meu viver tenho carregado
este que sou eu mesmo, quase um cisco...
Quem é este rascunho com choro lancinante?
Obra entendendo-se esboço, iludida?
Adorno da imortalidade, vacilante,
cartógrafo ou fronteira que me duvida?...
Mas, de Tempo esplende-se meu caminhar, porém...
Um dia, completo meu destino ou minha vida,
Deus e a borracha divina apagar-me vem.
Desde sempre, viver nesta vida é despedida.
04/08/2000
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