segunda-feira, julho 31, 2006

Segunda Canción para mi Muerte

Minha vida te precede:
Eu te vaticino e te fecundo;
se emoções e vertigens não te definem,
se noutras epidermes não te encontro,
tampouco em mim está teu mapa
e em mim, exatamente, não estás.

Se com alguma carne contendes
não te é troféu meu corpo.

Tu que me elevas do pó de minha condição
para a companhia de tua/minha solidão
irmanamente comungados,
ainda que, com sorrisos te não abrace
e de pés próprios não vá por tua senda.

Uma rosa, uma cor, um inseto:
todos frutificados para tua colheita!
Com cuidado de mãe carinhosa
a todos acolhes, sem distinção.

Enfim, cheia de luas cheias,
Afagas meu afago com tua mão sempiterna
pensando sorver de mim um rio
mas se observares bem
aplacarás minha sede.

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