sábado, outubro 14, 2006

Do outro lado, apenas o silêncio...

Para os que gostam de poemas românticos e juvenis, aqui vai um material ao gosto comum. Um pouco cheirando a melaço, mas achei, ainda assim, interessante. Quando foi escrito? Não sei, mas faz muito, muito tempo... (rs). Tomei apenas a liberdade de corrigir algumas coisinhas, senão seria insuportável!

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Do outro lado, apenas o silêncio.
Tal qual o arqueiro que não vê seu alvo
Abrindo as cortinas da noite,
Assim envio estas palavras.

No canto da memória,
Uma imagem me diz da tua face.
Recordando-me de ti,
Busco-me no alento de te encontrar.
Dentro da noite,
Apenas um silêncio interior...

Pode o amor em amizade tornar-se?
Como poderia então desprezar
A raiz que se aconchegou em mim
E fez-se fruto de meu sentir?
Como subtrair-me de minha entranha
Carregada toda ela de ti?

A noite adentrou meu espanto, e seu vento
Transfigurou as estrelas de meu firmamento.

Dentro da memória, a vastidão de mim
Preenchida pela tua recôndita vastidão.

Tanto coração ainda por conhecer,
Tanta geografia ainda por sentir,
E a noite estendeu seu triste manto
Sobre mim.

Em noites como essa, estavas em meus braços.
Como não haver sucumbido a tuas palavras?
Como não haver amado o corpo onde vives
Ou este coração onde ainda habitas?

Quisera que permear-me em teu coração,
Mas o que temia, aconteceu:
O amor tornou-se silencioso em tua boca,
E, quem sabe, já não é meu.

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