domingo, setembro 17, 2006

CARNE DE SONHO (II)

Com estes olhos sou um cego
tendo imensa vontade de ver
o Teu deserto, meu jazigo,
Os quais sequer alcancei.

Quero construir um sonho
de minhas retinas gastas;
para além da carne existir,
dentro da Alma dos seres, ser.

Mergulhar em Teu conhecimento
embebido de Ti em meus lábios
forjando-me através da palavra.

Consagrando por miragem meu corpo,
escudo reforçado sem lamento:
existindo-Te sem me existir.

São Paulo, 31.12.85

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