domingo, setembro 17, 2006

Poemas da imaturidade...

É interessante eu olhar estes poemas que escrevi na década de 80 (depois eu vou colocar outros da mesma época no blog). O quanto a vida se parecia com sua culminância, na época, e, no entanto, sequer eu havia subido meu primeiro degrau. O quanto tudo era tão intenso e tanto e, no entanto, minha ignorância me acompanhava onde quer que eu fosse, e a morte era sempre presente.

Parecem, na realidade, arremedos de poemas, muito inconsistentes. Mas, quando os olho, uma parte de mim está ali, algo que ainda se encontra vívido em meu interior, que não se resume apenas em lembrança, mas em força de viver. Deixar esta parte de lado é como se eu me mutilasse.

Hoje, quando vejo estes poemas antigos, cada vez mais enxergo minha ignorância. O quanto em nossa juventude achamos saber de todas as respostas. O quanto vemos, com o passar do tempo, que a ignorância aumenta na mesma medida que vc conhece (não mais aquela ignorância grosseira, mas uma que se insinua de forma sutil, na mesma medida em que nos afastamos de determinados valores juvenis). E o quanto a gente entende que o saber erudito enche, e o saber divino nos esvazia de nós mesmos.

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