Por tanto existir mesquinho
inclino-me a ficar prisioneiro
a ter liberdade divina
roubando-me de meu sofrimento.
Tanto quero existir dentro de meus ossos
dentro de meu próprio sangue,
dentro de meus átomos, com o mínimo útil de espaço,
que quanto mais me afogo e mais me afogo,
mais pareço retornar à tona de meu sufoco,
tal qual um peixe que respira
sem, contudo, querer partir de seu mundo
abandonando a liberdade conhecida da água
pela liberdade desconhecida da atmosfera.
São Paulo, 1987
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