quinta-feira, setembro 07, 2006

A Estratégia

Segundo o Houaiss, a palavra estratégia tem data de 1836, e diversas acepções que devem ser consideradas, algumas das quais analisaremos aqui: “arte de coordenar a ação das forças militares, políticas, econômicas e morais implicadas na condução de um conflito ou na preparação da defesa de uma nação ou comunidade de nações; (...) arte de aplicar com eficácia os recursos de que se dispõe ou de explorar as condições favoráveis de que porventura se desfrute, visando ao alcance de determinados objetivos”.

O nosso entendimento está inclinado, tomando essas acepções como princípio, a considerar a estratégia uma arte sagrada, cujos embates são capazes de fazer crescer o indivíduo interiormente. Por este motivo, antes de ser algo grotesco e fabricado, a estratégia seria fundamentalmente natural, pois tem como objetivo uma vitória.

No relacionamento humano, verificamos uma gama de paradigmas que as pessoas tem com respeito ao que consideram “uma boa pessoa”. Por este motivo, a necessidade de uma maleabilidade quando estas mesmas pessoas começam a se conhecer. A imediata demonstração de suas questões interiores, muitas vezes, afugenta aquilo que poderia ser uma verdadeira amizade.

Devagarinho, a partir do momento em que nos dispomos a conhecer alguém, descobrimos que, na maior parte das vezes, a forma de perceber o seu entorno são na realidade rótulos, e que os rótulos, devido a sua natureza rígida, não cabem em todas as situações. Esta transcendência do conhecimento rotulado (paradigmático) é a forma com a qual adquirimos experiência e vamos vivendo, ou seja: descobrindo que vivenciar é tirar as amarras de nossa compreensão, e explorar esta viagem do coração pelo mundo.

A estratégia está em todas as partes, seja em um perfume, num sorriso, em uma roupa, numa expressão de solidariedade. A questão principal, é lógico, é saber quais intenções existem sob estas atitudes. E, a partir do momento em que conseguimos entender como a estratégia é natural, inclusive nos sentidos outros que não estamos contando aqui, nossa perspectiva de ver o mundo se modifica. Veja a própria natureza: Não é onde existe a maior arte da estratégia? (caça-caçador; acasalamento, etc.). Será que Deus permitiu que fosse assim porque não prestou atenção na hora de criar a natureza, e deixou passar em sua criação algo extremamente nocivo à vida?

Considerando mais profundamente, em tudo, na vida, devemos usar de estratégia pois, geralmente, quando alguém age por impulso (sem estratégia, sem planos), tem problemas de realização e consecução de seus objetivos. Devemos ter consciência de nossos atributos e limites, para saber como fazer para chegar a uma finalidade. Se eu quero salvar meu espírito, tenho que utilizar determinadas estratégias. Se eu quero cativar alguém, também tenho que usar estratégias.

Para isso, para a utilização das estratégias com o maior poder de realização, existe o tempo certo de tudo. E saber dosar suas energias para aplicá-las no momento certo é uma estratégia, e também uma arte sagrada (isso mesmo: sagrada, espiritual). E sabem por quê? Porque saber aplicar sua energia no momento certo significa conhecer a si mesmo.

Estratégia, portanto, é saber escolher a ação, saber realizá-la (forma certa e momento certo - muitas vezes ousar!) e saber recuar quando o momento exige. E tudo está ao natural, sem esconderijos interiores ou reservas mentais, pois na arte da estratégia –que uma ciência do coração- o que vem na frente é a virtude; e o guerreiro, em honra de seu ideal, luta olhando nos olhos, porque o cativar só é verdadeiro quando é sincero.

E, para finalizar, se formos observar mais acuradamente, inclusive a flor é uma estratégia da natureza! Um dos símbolos mais universais do Amor, a flor, é conseqüência de uma estratégia da planta para gerar o fruto. E seria armadilha da planta para com o inseto? Com certeza não!

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