Um nome traduz aquilo que sou
recheando sua pele com meu ser.
Diz-me de minha face, de meus atos
eqüidistando alma e palavra
de um só marco do morrer.
Quisera socorrer-me destas dunas de letras,
labirinticamente incertas,
e levantar-me de suas campas num pródigo deserto
de nomes, de lábios, de estrelas.
Não bastará, porém, outro lugar
para acomodar este esquife aberto,
Este que é a solidão de amar
Pálidas areias num pálido deserto.
Mas caminhar neste campo-santo
desvela-me um sentimento forte:
das horas vou desvestindo o manto
superando a ampulheta da morte!
São Paulo, 1986
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