quinta-feira, setembro 28, 2006

Divan de Shams de Tabriz (Rumi)

Meu verso é como o pão do Egito:
a noite passa sobre ele e já não podes mais comê-lo.
Devora-o enquanto está fresco,
antes que o recubra a poeira do deserto.

(...................................)



Se te apegas ao mundo,
como um sonho ele voa;
se foges, o destino cruel
cerca o espaço em que temoves:
nem calor nem frio
es capaz de reter,
e tudo que para ti floresce
em breve há de fenecer.

( .... "traduzo aqui o poema em que Goethe parafraseia Rumi, provavelmente a primeira homenagem - e ainda a mais ilustre - de um poeta ocidental à arte deste. O leitor poderá avaliar até que ponto conseguiu o poeta de Weimar captar a estética e a espiritualidade de Rumi, constrastando-o com os poemas do Divan de Shams de Tabriz que apresento.)

A Morte e o Amor

Lá onde nasce o verdadeiro amor
morre o "eu", esse tenebroso déspota.
Tu o deixas expirar no negro da noite
e livre respiras à luz da manhã.

Tradução: José Jorge de Carvalho

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